segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ensaio sobre o Desespero. . .

Amar por dois, a maior das dores subjetivas; difícil expressar com palavras o seu ser. Cair na armadilha filosófica do Desespero, a doce esperança fictícia da perfeição, criada por nossa mente. Não ser correspondido em uma relação é, um tanto quanto normal e aceitável, duro é não aceitá-lo, vivê-lo em um constante estado latente, imaginando e sonhando, vivendo a mais doce ilusão do estar junto, mesmo que estado separado. Na sutileza dos momentos inúteis percebemos o mais doce gosto do mel, imaginando e sonhando o futuro perfeito daquilo que mais desejamos, e que ao mesmo tempo jamais teremos. Dor só percebida quando a realidade bate à porta, é tentado não abri-la, mas ela no pede licença, nos atira ao chão e, mais abaixo, uns se degeneram corroídos pelo remorso e outras lembranças sofríveis, outros chamam a realidade para a sala, e lá ficam os dois, juntos, porém a razão nunca consegue fazer com que os olhos sejam abertos e o Desespero se torna eterno. Tudo isto se resume no amar alguém, no platônico sentido da palavra, mas nunca ser correspondido, indo alem, pois a não reciprocidade não é acompanhada da rejeição e o sonho fica cada vez mais convincente, perfeito e doce, o gosto do mel embriaga o apaixonado, e este por sua vez assim fica, sem data ou motivo conhecido que o faça sair dessa condição.